Esperando o inesperado
As atualizações de status de relacionamento do Facebook faz com que pareça tão fácil essa ideia do amor. Todos os dias poços de declarações, mudanças, "selfies" e fotos de momentos e surpresas de aniversários de namoro.
Primeiro, uma dúvida: como começa um amor? Até que ponto vale a pena correr atrás de algo que deveria ser sentido quando se torna tão banal e aproveitador para cobrir um status ou um desejo passageiro? Talvez eu não saiba nada sobre o amor.
Na verdade, deve ser culpa dos romances da Sessão da Tarde ou do Netflix que tanto alimenta a saudade daqueles momentos que anseio. Saudade de momentos que eu ainda não vivi. (Ah, Fresno) Momentos que fantasio todas as noites em que fico em claro abraçada ao meu travesseiro enquanto encaro insistentemente o teto escuro e profundo recheados de minhas dúvidas, anseios e saudades maravilhosas de você.
As vezes escorre pelo o rosto. Seja pela lembrança do seu rosto iluminado por um sorriso tímido quando me avista de longe ou por uma simples mensagem saudosa carregada de esperanças de uma coisa que é quase impossível de proceder. O peito aperta, ao olhar para o celular, ainda restam três horas para tentar dormir e nenhuma notificação que arranque um sorriso meu. Paro para pensar em quantas pessoas estão na mesma que eu: esperando pelo inesperado. Acho que nenhuma.
Afinal, as pessoas se acham tão espertas e acima dos outros que admitir que sente algo por alguém que não corresponde é sinal de fraqueza. Mas para mim que mal consigo me adequar a esse mundo, contínuo esperando. Esperando pelo meu inesperado.
Esperando pelos sorrisos conquistados sem nenhum esforço. Aguardando por aquele olho no olho que faz o mundo todo ficar no mudo e em câmera lenta. Em espera da perda do fôlego, da voz sussurrando tudo aquilo que foi dito no meu filme favorito. No aguarde do responsável que não sai de minhas esperanças de sentimentos recíprocos.
Em espera do amor.
O amor que sinto falta por nunca ter tido.
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